Falando com Deus, uma reescrita por Julian SA

Falando com Deus

uma reescrita por Julian SA

    Lá estava eu, tomando o ônibus das dezoito horas após um árduo dia de trabalho. Poderia estar irado, eu, mas me via tão exausto que nem enraivecido eu conseguia ficar.
    A caixa metálica de rodas sacolejava para lá e acolá e o murmurinho dos passageiros entravam pelos meus tímpanos como se o som viesse de longe, como se meu cérebro quisesse desligar para entrar no transe da meia-noite.
    O simples fechar de olhos era o suficiente para me fazer crer que a noite já a muito caíra à dentro, mas não. O Sol de final de verão ainda queimava alto e a noite apenas ousava trazer seu crepúsculo.
    “Queimava”, ri-me. Lembrei-me dos pobres que criam em um Sol de fogo. Pois como, se estamos cercados por um vácuo infindável? Uma simples pesquisa no Google se faz suficiente: experiência da vela e do copo, e pronto; eureca!
    A falta de ciência e as ditas Fake News faziam da internet não o lugar do conhecimento, mas da falta dele.
    BRUM!!
    Pululei em cima do banco. O motorista se excedeu e pulou por de cima de um quebra-molas. O murmúrio virou um vozerio e lembrei de que estava dentro de um transporte público lotado de pessoas exaustas, exploradas por um sistema explorativo.
    Não fora apenas o vozerio que me atiçou novamente a atenção. Ao meu lado estava alguém. Não me assustei, mas confesso que fiquei surpreso, pois de longe percebi sua chegada.
    “Ninguém percebe”, riu-se o homem, parecia ser muito simpático e sábio. Eu tinha dessas, fazia inferências sobre uma pessoa como se lesse a mente delas. “Não se encontra, eu, em todos os lugares?”, e gargalhou, por fim.
    “Quê?”, balbuciei. Por alguns instantes acreditei estar naquele momento de delírio que o mundo dos sonhos nos deixa quando o desperto entrava.
    O homem apenas riu e abanou a cabeça. Eu apenas levantei as sobrancelhas, em dúvida.
    “Como foi o trabalho?”, perguntou, complacente.
    “Cansativo, como sempre”, respondi. Eu poderia tê-lo dito mais, mas não o conhecia e não me sentia íntimo para alongar conversas.
    “Eu sinto o seu cansaço, literalmente”, foi respondendo ele, erguendo as sobrancelhas, mas não em dúvida, mas em descontração. “Uma metalúrgica não é para corações fracos”.
    Hm-hm! Pigarreei de garganta seca.
    “Seu crachá está aparecendo”, riu-se o homem, se explicando. E de fato meu crachá estava saindo pelo meu bolso esquerdo.
    “Três acidentes bem feios, só nesse ano!”, lamentei, olhando ligeiramente para o lado de fora, que se via já bem escurecido.
    “Entendo”, finalizou, não soltando outro pio por dali três minutos. “Por que você não crê em Deus?”.
Ok! Esse homem era estranho.
    Analisei-o por milissegundos. Seus cabelos eram pretos, com alguns fiapos de branco espaçados pelo cocuruto. A pele era preta e seus olhos não se via pupila, tendo ela perdida entre a íris escurecida. Suas rugas eram fundas, mas a pele não aparentava velhice. Eu diria que o estranho deveria ter seus quarenta e tantos anos, cansado, talvez, de muito trabalho nas lavouras de tabaco, no interior da cidade. Ele usava uma roupa branca e ligeiramente velha. Seu jeans azul perdia a cor e seus pés calçavam botinas, tais mais apresentáveis que as minhas.
    “Quem lhe disse que não acredito em Deus?”, perguntei, em tom de desafio, mas não de arrogância, usando um ligeiro sorriso para aliviar a tenção.
    “Você tem cara de quem não acredita”, respondeu, rindo-se, mas não apenas de simpatia, mas de divertimento também.
    Bom, pelo visto o homem era tão bom com inferências quanto eu. Sim, sou ateu. Ficaria bem evidente se eu estivesse com minha camiseta com o peixe do cristianismo com pernas, tendo escrito em cima a palavra “evolua”. Mas, não! Eu vestia uma camiseta suada que usava por de baixo da jaqueta grossa da metalúrgica.
    “Você tem razão”, agora eu ri, em descontração.
    “E por quê você não acredita?”.
    Bom, não queria passar por isso. Era incômodo, na maioria das vezes. Meu vínculo social é com muitos cristãos, sendo a maioria religiosos de muita fé.
    Era sempre a mesma reação quando me perguntavam qual era minha religião. As respostas sempre os deixavam pasmados. Os lábios se abriam levemente e seus olhos se arregalavam.
    “Como que você não acredita?!”, logo perguntavam. “Quem o fez? Quem o criou?”.
    Eu evitava chegar nesse assunto sempre que possível, pois o diálogo era sempre o mesmo, tornando-o monótono e desperdício de tempo. Mas, era impossível! Vivemos em um país religioso e as conversas de amigos sempre terminavam em religião ou política.
    Hoje, caso me venham com perguntas sobre quem nos criou e onde viemos, deixo no ar uma resposta ligeiramente conflitadora: “Se a sua crença se baseia na ignorância, significa que você é ignorante, não que Deus existe!”. Nesse momento é dado algumas risadinhas constrangidas e o assunto era mudado. Não que eu goste de ser arrogante, mas geralmente essas perguntas veem em tom de deboche.
    Contudo, o olhar daquele homem estranho no ônibus não era de pasmo. Sinceramente nesse momento eu não soube descrevê-lo.
    “Tantas desgraças no mundo; fome, etc.”, respondi. Não era uma boa resposta que eu daria para uma pessoa que eu teria interesse em dialogar, uma que me indagasse em melhores momentos. Estava temendo que aquele homem fosse mais um com perguntas óbvias e cansativas. Torci para que ele não respondesse que o mundo é assim por conta de Satanás ser o governante.
    “Ouço sempre, isso”, falou o homem, mais para si próprio do que para mim. Eu apenas ergui as sobrancelhas, em dúvida. “O que você diria se por ventura se encontrasse com Deus? Claro, você pode fingir que ele existe”.
    Eu possuía muito o que falar, mas não sentia que deveria perder tempo com o estranho.
    “Muita coisa; sei lá!”, respondi, desviando meu olhar para a noite.
    “E se eu o dissesse que você fala com Deus, agora?”.
    “Sim, ele nos escuta, não é? Ele está em toda a parte”. Confesso que fiquei com medo de que o homem acreditasse que eu estava sendo grosseiro.
    “Você tem um ponto!”, riu-se o homem. De longe o vi ofendido. “E se o disse que eu sou Deus?”.
    Morgan Freeman?! Ri-me, o que fez rir o homem também.
    “Você é Deus?”, perguntei, sorrindo de maneira sarcástica.
    “Sim!”, respondeu, sorrindo daquela maneira complacente dele.
    “Prove!”, desafiei-o, já acreditando que o homem pudesse ter mais problemas que eu.
    “Bom”, começou ele, olhando direto para minhas pupilas. “Sei que amanhã é sábado e você está bem desgostoso para acordar cedo e trabalhar o meio período”.
    Agora ri com vontade. Não em escárnio, mas de maneira que as pessoas fazem quando vão reclamar do trabalho.
    “Toda a cidade sabe que a metalúrgica é uma escravidão e que nos obriga a trabalhar no sábado”.
    “Sei, também, que é final de mês e seu dejejum será no pós trabalho”.
    “Acertou mais uma vez, Sherlock!”, agora eu me via chateado de verdade, mas não fui grosseiro, apenas cansado. O estranho estava parecendo os charlatões que tinham visões do óbvio.
    O silêncio se fez, a não ser o murmurinho que continuava e minguava com a chegada do fim da linha. Entretanto, quem o quebrou foi eu.
    “Sabe o que eu perguntaria, caso topasse com Deus?”, fui falando. “Perguntaria como ele consegue sentar-se no trono de ouro enquanto a barbárie toma conta do planeta? Como que ele consegue dormir a noite (e estou usando uma figura de linguagem) tendo pais perdendo seus filhos recém-nascidos para a morte? Como que consegue conviver com pessoas morrendo de fome enquanto o consumismo faz com que a comida seja usada para saciar o prazer e não uma necessidade biológica? Deus poderia resolver tudo isso com um simples estalar de dedos”.
    “E porque Deus faria isso?”.
    Eu não esperava por isso.
    “Tantas religiões, tantas orações, tantas ilusões...”
    “Bom, quanto a isso Deus se faz presente, desde que seja de fato necessário”.
    “Quê?”, balbuciei.
    “Deus criou os seres, sendo eles simples e ignorantes. Talvez isso faça muito sentido nas vistas da Evolução, talvez.”, fiquei surpreso nesse momento. “Não haveria graça se tudo fosse perfeito”.
    “Então para você, Deus nos usa como entretenimento?”.
    “Ah! Não, não! Não quis dizer isso. Você já ouviu falar sobre a inveja que os deuses sentem dos humanos?”. Eu entendi a pergunta e logo lembrei do filme de Tróia. “E não estou dizendo que deuses existam, veja lá!”, riu-se o homem, mas ele entendeu que isso me era claro. “Os deuses invejam os humanos por conta da mortalidade deles, pois cada momento pode lhes ser o último. A vida cria sentido; ela passa a ter graça. A imortalidade é um abismo sem fim para a tristeza eterna. Deus criou os seres, sendo eles simples e ignorantes. Assim eles podem evoluir e aprender com seus próprios erros e acertos. As vezes Deus deixa uma ajudinha, mas não o suficiente para atrapalhar o processo evolutivo das espécies”.
    “E os inocentes no meio da barbárie... não é cruel?”.
    “O que é crueldade? Não seria cruel viver para sempre e ver meus filhos sonhando com a morte? O mundo é cruel por conta de ele ser pouco evoluído. A crueldade vem das próprias pessoas que ainda se encontram muito simples e ignorantes. Quanto aos inocentes que sofrem, garanto-lhe que o processo de aprendizado está mais adiantado para eles do que aqueles que nunca sofreram. A dor ensina a ser forte e entender o nosso mundo e a si próprio. Tudo faz parte do processo e a vida não termina quando os olhos se fecham”.
    “Então há vida no pós-morte?”.
    “Não! Há apenas a vida! O fechar de olhos, que vocês chamam de morte, nada mais é que o final de um ciclo, e logo um novo começará”.
    “Isso continua sendo cruel. Como Deus não nos criou sendo perfeitos o suficiente para queremos ter prazer na eternidade?”.
    “Deus criar seres assim significaria criar seres iguais a ele, e não há seres iguais a ele. Alguns são muito próximos dele, mas não igual”.
    “Oras! Deus é onipotente, ele não consegue criar outros Deuses?”.
    “Uma ótima pergunta!”, e se riu nesse momento. “Mas é como o paradoxo da criação de uma pedra indestrutível. Criar uma pedra indestrutível para Deus, não torna Deus menos potente quando tentasse destruir a pedra e falhar? Isso é um paradoxo e, sendo sincero, fazer-lhe entender de paradoxos seria como explicar para um ser de duas dimensões que há uma terceira dimensão”.
    Esta aí um Deus que eu acreditaria, caso ele existisse.
    Decidi entrar na brincadeira e continuar perguntando.
    “Certo! Deus, correto?”.
    “Em carne, pode-se dizer”, riu-se.
    “Por que você decidiu nos criar, para início de conversa?”.
    “Aqui batemos em um outro paradoxo, se é que você me entende. Mas digamos que eu tive vontade”.
    “Uma resposta simples, pode-se dizer. Você não poderia simplesmente saciar essa vontade simplesmente em pensamento?”.
    “E quem lhe garante que a criação não está dentro de minha mente? Não lhe responderei quanto a isso, nem que sim e nem que não. Até por que não faria diferença”.
    Confesso que fiquei ligeiramente atordoado com a informação.
    “Há outros seres, então, evoluídos quase como deuses?”.
    “Ah! Claro! Não criaria todo esse universo sem fim somente para alimentar meu ego, não é? Jesus é uma de minhas criações!”.
    Fiz uma careta, pois pensei em Cristo como um alienígena com a Bíblia Sagrada de baixo do braço.
    “Oras! Se Jesus não é do planeta e é um ser evoluído, não o faz um alienígena? As pessoas pensam nos Ets como criaturinhas esverdeadas e cabeçudas. Mas, não! Há seres de diferentes tamanhos e inteligências; seres que nem mesmo de matéria são feitos. Anjos, demônios, espíritos, deuses, quando não foram confundidos com crendices e ilusões, eram manifestações senão de seres que você pode muito bem chamar de Extra Terrestre, ou alienígena, o que for. Não importa a forma que você os chama ou entende sobre eles. O importante é que são todos meus filhos”.
    A resposta me atordoou ainda mais.
    “Chegaremos a níveis mais elevados?”.
    “Sim, se tudo caminhar bem”.
    “Como assim?”.
    “Vai depender se vocês não se destruirão”.
    “E se isso acontecer, para onde vamos?”.
    “Continuarão em outro caminho”.
    Mudei de ideia, eu nesse momento estava excessivamente interessado por aquela conversa. Ainda não estava acreditando que aquele estranho era Deus, mas não nego que suas respostas eram tão estranhas quanto o homem. Quando digo estranho não estou considerando-as absurdas, mas completamente plausíveis se tudo se comprovasse como reais. Não vou negar, também, que o homem possuía um poder de inferência que o meu de longe alcançava.
    “Há características semelhantes entre as criaturas, sejam elas terrestres ou extraterrestres. Há alguns níveis evolutivos e vocês mal arranharam o de vocês. A fala, a escrita, a matemática, cada espécie inteligente acabam fazendo à sua própria maneira. Vocês aprenderam a utilizar a energia atômica, não com maestria, mas aprenderam. Claro que vocês a usam de maneira que podem por a sua espécie em risco. Muitos seres se destruíram com ela...”
    “E o que você me diz: vamos morrer nas mãos de bombas atômicas?”.
    “Bom, quanto a isso bem você sabe que eu não poderia lhe revelar. Há outros níveis evolutivos: quando a espécie já consegue utilizar a energia da estrela, por exemplo. Não com placas solares, como vocês fazem. Alguns passam por guerras atômicas, como já aconteceu aqui na Terra. Outros passam por guerras biológicas. Não necessariamente vocês passaram por isso, mas guerrearam contra uma pandemia que foi de fato uma batalha contra a morte. Há guerras contra a própria criação da criatura. Muitas espécies despreparadas criam outros seres; brincam de deuses sem prudência e acabam encontrando a própria extinção. Vocês já estão caminhando para esse terceiro tipo de guerra. Há outros, mas não nego minha surpresa de que sua espécie passou por tantas guerras diferentes e ainda se mantém de pé. Por vezes uma espécie passa por algo que não necessariamente está na fase evolutiva que se encontra. Isso pode ser bom ou desastroso para ela”.
    “Claro que estamos falando apenas de evolução tecnológica. Mas o bem e o mal que você faz dela falará muito da sua evolução moral. A evolução moral com a tecnológica pode lhe deixar em um nível não tão diferente ao de vocês. Lembra quando lhe falei sobre darmos uma ajudinha de vez em outra?”, eu assenti com a cabeça. “Jesus foi uma delas”.
    “Então os cristãos estão correto no que fazem?”.
    “Me honram com os lábios, mas o coração está longe de mim. Mesmo após dois mil anos a humanidade está longe de entender o que Jesus deixou para elas. Fico triste em admitir isso para você, mas isso faz a humanidade se encontrar em um nível baixo de evolução, por mais que ela já esteja começando a arranhar às suas próprias criaturas de Inteligência Artificial”.
    “Pessoas matam em seu nome. São preconceituosos em seu nome...”
    “Bem sei. Foi lhes dito para não acumularem riquezas, mas amam Mamon tanto quanto amam a mim. Foi lhes dito para perdoar os devedores, mas pedem pena de morte aos seus semelhantes. Foi lhes dito para serem apaziguadores, mas falam mal de seus parentes e vizinhos nas rodas de conversas. Foi lhes dito para serem caridosos, mas comem o que não precisam e não dão do que comer para aqueles que passam fome. Vestem-se com roupas caras, mas não vestem o pobre que morre de frio por falta de um único agasalho barato. O fariseu usa terno e gravata sendo que Jesus ensinou que o trapo veste tanto quanto a seda. Os fariseus se fecham em suas igrejas sendo que o dito Cristo deles os disse para irem e pregarem o evangelho. Eles passam horas falando de Moisés e Davi, sendo que Jesus deveria ser a nova ordem. Como que um templo é mais solícito que o coração puro de alguém que reza com sinceridade? Jesus ensinava na rua quando os templos se fecharam para ele, isso era para ser uma amostra de que templos de nada servem e que o sermão pode ser dado até mesmo em um lixão. Era senão um coitado de um nazareno, que vivia errante, simples, e que de longe cobrava por seus milagres, que mais lhes serviu de exemplo para um nível evolutivo de grande altivez”.
    Eu engoli em seco, confesso. Não nego que me senti emocionado. O estranho de fato era o sábio que eu acreditei que era. Eu até hoje não acho que ele seja Deus, mas me arrepio todas as vezes que lembro dessa nossa conversa.
    “Se você fosse Deus, deveria eu, nesse momento, crê-lo?”.
    “Ah! Não!”, riu-se, divertindo-se. “Quero que você continue sendo exatamente como você é. Você é importante do jeito que você é e eu me simpatizo muito com os ateus. Eles são sinceros com suas crenças e acabam me conhecendo e praticando muito do que eu gostaria que conhecessem e praticassem. Sei que dizem que crer em mim é o mais importante para a salvação, contudo, em verdade lhe digo: uma boa atitude é mais preciosa que uma crença. Não haverá condenações eternas, nem para a criatura mais repugnante. Todos possuem seu próprio nível de simplicidade e ignorância, todos acabam sendo vítimas de si mesmo. Tudo é um processo e garanto-lhe que a eternidade terá mais gozo no final”.
    O ônibus parou no final da linha e eu me despedi do homem. Quando o ônibus tocou seu rumo não o vi pela janela. “Seria ele Deus, mesmo?”, ri-me, tento a certeza que o estranho apenas sentou no outro lado do corredor.
    Cheguei em casa e comi um delicioso pão francês com mel. Havia sobre a mesa um vaso de petúnias que havia ganho da vizinha velha do lado. O cheiro daquela ceia estava mais do que boa, ainda mais quando soube que no dia seguinte não haveria trabalho. A vigilância do trabalhou fechou a metalúrgica durante aquele final de semana para que os responsáveis tomassem as providências para tornar funcional o local.
    Afaguei meu gato e dormi como um anjo.

FIM

P.S.: Faz 10 anos que li esse conto, contudo, a muito ele se perdeu em um site que não existe mais. Foi graças a ele que tornou o meu Eu de hoje diferente do que deveria ser. Eu o reescrevi à minha maneira e espero que ele signifique algo para você como foi para mim.

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